O herói
Era o herói mais poderoso da Terra, tinha de fazer algo! Não poderia deixar que aquela situação terminasse assim. Era injusto, era desleal, eram centenas de pessoas...
Mas o que ele poderia fazer? Como ele poderia consertar tudo? Haveria algum modo? Sim, havia. Contudo, era errado... não era? Talvez fosse, mas era por uma boa causa, para ajudar centenas de pessoas. Não ajudar seria egoísmo... não seria?
Defender os fracos, os oprimidos e principalmente os injustiçados, e aquilo que ele estava vendo era uma injustiça do destino. Ajudar ou não ajudar, eis a questão. Era o herói mais poderoso da Terra, eram centenas de pessoas.
Era só sair voando, fazer o planeta girar ao contrário, retroceder o tempo e resolver o assunto, Ninguém sairia ferido. Seria errado? Afinal, eram centenas de pessoas assoladas por uma injustiça do
destino, e ele era o maior herói da Terra. Não seria egoísmo, seria solidariedade.
Fechou-se em sua dúvida humana, pensou e partiu aos céus com seus poderes sobre-humanos para desfazer o que o destino fez. Rodopiava em volta do planeta e fez o tempo retroceder, partiu como um raio de volta ao local onde ajudaria centenas de pessoas. Sua capa vermelha rasgava as nuvens.
Já no local, atrás do gol esquerdo do Maracanã, ele diz baixinho ao goleiro:
— Vamos lá, cata este pênalti! Ele vai chutar na esquerda! Na esquerda, hein?! Vamos lá! Centenas de torcedores dependem de você!

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