O primeiro beijo de Júlia
Foi há algum tempo atrás, numa tarde de terça-feira, se não me engano. Aliás, foi próximo ao aniversário dela, três ou quatro dias depois. Ela, Júlia e ele, Mário. Ela menos tímida que ele, e ele mais convicto que ela. Estavam sentados no segundo banco do lado esquerdo da Praça do Globo, próximos ao ponto de táxi. Ela atrasada para a faculdade e ele, atrasado nos galanteios.
Não eram nada, até então, somente duas pessoas com um amigo em comum, que os apresentara em uma festa, fazia duas semanas, e que já não estava ali para intermediar o diálogo entre os dois. A timidez dele afastava suas mãos em quilômetros, mas o olhar dela colocava os dois no mesmo milímetro.
Os minutos passavam, e as pequenas brincadeiras dele para não a deixar partir, já se tornavam escassas. Júlia então se levantou e com o pé direito deu o primeiro passo para a despedida, Mário também se levantou, e num movimento desesperado diante da perda dela, deslizou o sua mão pelo braço de Júlia, venceu ombro, pescoço e finalmente, num ato impensado, ou pensado, seus lábios encontraram os lábios dela. Não era o primeiro beijo dela, mas era o primeiro beijo dela acompanhando as batidas de seu coração...

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