Cartas para Onilda - Dilermano
Caríssima!
Há tempos que não ouso, de forma nenhuma, deflagrar minhas letras em qualquer tipo de papel. Não sei se por cansaço, preguiça ou falta de paixão... mas de qualquer forma, com toda certeza, por alguma forma pecaminosa que ainda não se tenha nominado.
Pois bem, resolvi pois escrever novamente, aliás, ESCREVER-LHE novamente, uma vez que por algum motivo, letras de certa tristeza tenham brotado em minh'alma. Falo tristeza, mas não sei bem se é este realmente o sentimento que me tomas....
Lembro, certo vez, que em em um de nossos tantos cafés, você filosofou dizendo que eu não era um Atlas e, que por tal, não poderia carregar comigo o peso do mundo em minhas costas. Principalmente o mundo dos outros....
E acho que é isto que tem me incomodado: o peso do mundo doutros, das coisas que não me pertencem. Essa necessidade de transformar toda água pelo caminho em vinho, a fim de agradar paladares pelo caminho. Não digo que eu deva largar os outros e deixá-los a mercê do acaso, sem me importar com nada, no entanto, me importar demais, as vezes, tende a me machucar.
E assim, caríssima feiticeira, fico eu contra eu, num dilema de me entregar aos outros e seus problemas ou dedicar-me somente a mim, com retoques de egoísmo necessários a minha saúde mental.
Ah! Devias minha mãe ter-me nomeado Dilermano Maximus!
Enfim, continuo, encarando a alvorada que se faz aqui, dentro de mim.
Até breve, minha cara amiga.
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